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um canto perdido deste vasto Universo, em meio a bilhões de galáxias
conhecidas, em uma delas que um dia apelidaram de Via-Láctea, estando sob a
influência da curvatura espaço-tempo de uma pequena estrela que determinaram
ser de magnitude absoluta cinco, e que denominaram de Sol; gravita um planeta
minúsculo identificado como Terra, onde há vida, e dentre os seres vivos em
vários estágios de adaptação, existem animais supostamente pensantes que nós
aqui deste planeta chamamos de seres humanos.
Estes seres humanos ainda estão
iniciando no que chamam de inteligência, aliás, estão em fases primárias que
foram alcançadas recentemente mesmo se considerarmos somente a escala de tempo
representada do início do aparecimento do próprio astro em que vivem, até os
dias de hoje.
Com um conhecimento tão pífio do Universo,
este povo que mora nestas paragens, já chegou a achar que a insignificante
Terra era o centro de todo o Universo, e que tudo se dava em torno dela, mas
descobriram que não era o centro de nada, entretanto, alguns menos preparados
para entender o Cosmos, se ligam em superstições e crenças que não tem qualquer
ligação com realidade.
Se este pequeno planeta simplesmente
desaparecesse por qualquer razão a qualquer momento, acabando com todos os
habitantes, isto não faria nenhuma diferença nem no próprio sistema ao qual
pertence, o Sol continuaria a vagar pelo Universo, os outros pedaços de pedra
que o orbitam, também seguiriam seu rumo, mas como este inexpressivo planeta é
a única morada destes indivíduos, eles se preocupam com o dia em que tudo vai
acabar, e devido à ignorância em relação às leis universais, sempre os menos
preparados para entender as determinações da física, querem diante do seu
desconhecimento estipular em que dia será o derradeiro fim.
Desde profecias religiosas, a um tal
de Nostradamus, e até suposta previsão
Maia, inúmeros meios divinatórios foram proclamados como sendo o arauto da
mudança dos tempos, onde a humanidade seria expulsa da Terra, sendo que alguns
seriam arrebatados para um paraíso, tão imaginário que é até difícil pensar
como seria.
Previsões e mais previsões falharam,
e fica difícil entender o porquê de tantas pessoas quererem este fim, pois cada
vez que uma adivinhação se demonstra falsa, aparece outra, através de outro
profeta, outra interpretação de um livro, outro fato desconexo. Para muitos o
mundo tem que acabar o mais rápido possível para que eles estejam vivos quando
isto acontecer. Que dicotomia! Estar vivo para presenciar o próprio
desaparecimento? Existem alguns que são
tão confusos que estocam mantimentos para sobreviverem em um mundo que vai
acabar, pode?
Enquanto isto, continuamos vivendo
nossas diferenças, nossas guerras, nossas ilusões de vida. Convivemos com o que consideramos injustiças,
também com um conceito de beleza natural
feito pelo ser humano pela observação da natureza cuja qual estes pequenos
animais aguardam quando será a destruição, mas os vales e montanhas persistem
em demonstrar uma relativa grandeza se comparados aos habitantes deste conjunto
de rocha, água, gás e vida.
Povos ainda continuam habitando a
Terra, apesar das diferenças que a própria humanidade não aceita, mas que ela
mesma fabrica: Pessoas preocupadas com a próxima refeição, com a diversão e com
a invenção de alguma explicação particular para tudo que não entendem.
Nem calendário Maia, nem livro
sagrado, nem videntes, nem qualquer oráculo podem determinar o futuro, mas é
possível acreditar que isto não significa que o mesmo não possa ser moldado, e
apesar da inexistência de livre arbítrio, a espécie humana pode ao invés de se
preocupar com a destruição, se ocupar da construção, pois o mundo em que
vivemos ainda não contempla a satisfação para todos, principalmente em relação
a um sentido que o Universo simplesmente ignora e que os seres humanos chamam
de sentido para a vida.
Ainda nos colocamos como o centro do
Universo, mesmo sabendo que isto não é verdade. Ainda achamos que podemos
controlar os desígnios de nossas vidas. Ainda pensamos que em algum lugar
existe um futuro, seja ele tenebroso, ou dentro das maiores maravilhas ilusórias,
futuro este que acaba se tornando por conta das esperanças, sempre melhor que o
presente, mesmo que seja completamente desconhecido.
E apesar de nossa arrogância em tentar
adivinhar o futuro, ainda estamos aqui avançando, insignificantes como sempre.
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