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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Quem é o chefe? É você mesmo!


   P
ara quem não conhece Brasília, existe um local no centro que é chamado de Setor Comercial Sul, lá existe uma dificuldade de estacionamento, e isto acontece há muito tempo. Existe uma grande quantidade de escritórios e algumas lojas, e para o consumidor sair de casa e estacionar por lá, é muito complicado, ou você chaga cedo, ou tem que ficar rodando muito tempo para poder encontrar uma vaga em algum estacionamento, sendo assim, existe uma boa quantidade de flanelinhas.

            Diferentemente de outros locais, aqui os chamados flanelinhas se contentam com uma moeda de R$ 1,00, e dificilmente se vê alguém riscando carros, acontece que a coisa funciona na base da confiança, e existem pessoas que fizeram desta atividade informal, uma profissão, tanto guardando carros quanto lavando, você combina o preço, e apesar dos estacionamentos estarem sempre lotados, não vai encontrar ninguém querendo meter a faca na hora de cobrar, pois a coisa funciona como uma doação e não imposição.

            A convivência entre os guardadores de carro e os motoristas, sempre foi pacífica, a ponto de se encontrar na mão destes flanelinhas dezenas de chaves de carros que eles tomam conta. A coisa funciona assim: Quando os estacionamentos estão lotados, as pessoas estacionam em um lugar qualquer, mesmo em local proibido que atrapalhe a saída de outro carro, então se uma pessoa resolve sair, o flanelinha entra no carro que está tomando conta, libera a passagem par ao carro que está sendo obstruído e depois coloca o carro do qual está tomando conta, naquela vaga aberta e tudo funciona  informalmente eficientemente, pois o problema de vagas durante o horário e rush, lá é realmente complicado, sendo que de certa forma os flanelinhas ao invés de extorquirem como acontece em algumas cidades, lá de certa forma fazem um serviço de utilidade pública, não vou dizer que eles sejam mal remunerados, pois tem flanelinha que chega para trabalhar com seu próprio carro, mas quem estipula o serviço e o valor é a própria população, e evitar o vandalismo se torna algo interessante para o guardador de carro, mesmo que alguns resolvam que não vão pagar, o que vier é lucro.

            Uma época um governador cabeça de bagre, resolveu contratar uma empresa para tomar conta dos estacionamentos do SCS (Setor Comercial Sul), isto para facilitar o rodízio de carros e para que o consumidor encontrasse vaga, então se pagava por hora, ele tentou copiar mais ou menos o modelo de São Paulo, onde se compra um ticket de estacionamento, o que para mim é um absurdo, pois já se paga para se ter as pistas e ainda resolvem que se tem que pagar para deixar o carro parado. A idéia do cidadão desempregou os flanelinhas.

            Na época eu morava na quadra 103 Sul e apesar de ter carro, eu poderia ir a pé até o SCS, a distância era de mais ou menos um quilômetro e meio, era uma pequena caminhada, e eu me lembro que os estacionamentos ficaram completamente vazios, quando eu digo vazio, eu quero dizer, um verdadeiro deserto dava para contar os carros, o fato é que na idéia magnífica que eles tiveram, acabaram esquecendo-se de um detalhe: Em Brasília cada quadra tem grandes estacionamentos e seria um absurdo um carro ter que pagar para entrar na própria quadra, então não havia como cobrar e os motoristas que trabalhavam no SCS de uma hora para outra passaram a não se incomodar em andar um pouquinho e passaram a estacionar dentro das quadras, e aí, calçada também virou estacionamento. Rebocar um carro é fácil, rebocar 10 já é mais difícil, rebocar 1000? Aí a coisa fica muito complicada. Eu na verdade não sei quantos carros ficam estacionados naquele local, mas a coisa deve ficar talvez na casa dos milhares.

            Alguns prédios que tinham estacionamentos subterrâneos, mas que não tinham clientes, passaram a fazer promoções e uma pessoa poderia estacionar todos os dias a um valor de R$ 70,00 e na época, este também não era um valor muito alto , ficaria menos de R$ 2,35 por dia. Deu para perceber que as pessoas em Brasília não gostam muito de gastar dinheiro com estacionamento, pois até algo que poderia ser considerado barato em muitas cidades, aqui era rejeitado, afinal de contas, os estacionamentos eram gratuitos, então passar mais 30 minutos ou uma hora procurando vaga, pelo menos na cabeça dos motoristas parecia ser mais barato.

            As pessoas começaram a protestar, mesmo não pagando nenhum centavo para estacionar, mas conseguiram se virar e a empresa que tinha até passado por licitação, e deveria ter investido alguns trocados,  ( cá para nós, o que se investe para administrar um estacionamento que já está pronto?) acabou tendo prejuízos, ou seja, a oportunidade de ficar milionário cobrando para que carros estacionassem em área pública, caiu pelos ares, e o problema não foi resolvido, ou seja, aqueles gênios da administração pública querendo resolver um problema de décadas, acabaram criando outro problema e nada deu certo.

            O que ficou claro foram duas coisas: A primeira é que quem administra o bem público, muitas vezes não tem idéia do que faz e o planejamento é pior do que se fosse feito por uma criança de cinco anos,  outra coisa é que foi demonstrado que quem é o governante é a própria população que não foi consultada e rejeitou completamente a ação governamental.

            Nem sempre na vida as histórias têm final feliz, mas eu vou tentar forçar um ponto de vista: O governo desistiu da sandice, a empresa que ficaria milionária teve prejuízo, a decisão foi revogada, os flanelinhas voltaram a todo o vapor, inclusive foram até cadastrados e hoje usam colete, se bem que apareceram uns digamos “clandestinos”, mas a convivência é até certo ponto pacífica, o SCS continua hoje sendo o pior local para se estacionar em todo o DF.

            Finalizando, a moral da história, pelo menos na minha visão da realidade é que o chefe somos nós, o chefe é você, nós é que definimos como o bem público deve ser administrado, portanto é obrigação dos supostos governantes consultarem a população e verificarem os interesses, e mudando de assunto, o tal Marco Feliciano também deveria entender que o mandato não é dele, e sim do povo. Acho que viajei na maionese, talvez tenha misturado alhos com bugalhos, mas enfim, pelo menos foi de propósito.

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Walmir Santos de Almeida



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Obs.: Esta crônica atualmente encontra-se publicada somente aqui neste blog




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