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vezes eu me encontro pensando nas coisas que me cercam e de algumas impressões
do mundo que eu aprendi. Uma das coisas que me deixa intrigado é a noção de
destino e também o que se chama de livre arbítrio, para mim estas coisas
parecem excludentes, pois se existe um não existiria o outro.
Quando um astro passa próximo da
Terra e cientistas fazem cálculos para saber se está em rota de colisão, ou se
pelo caminho do astro quando ele voltar e passar perto do nosso planeta estará
mais próximo ou distante, me parece que
é uma indicação clara de previsão do futuro, só que esta previsão não é
divinatória, é precisa, é simplesmente a constatação do funcionamento das leis
físicas, e estas leis produzem comportamento previsível, o que atrapalha são as
variáveis, pois uma grande quantidade delas pode dificultar a previsão, mas não
existem surpresas.
Já pensou que toda a nossa vida pode
estar programada pelas leis naturais e nós estamos apenas navegando na onda? É
perturbador saber que todas as experiências de vida que tivemos e venhamos a
ter já estão pré-definidas e que não temos qualquer tipo de controle real sobre
isto, algumas coisas relativas a este tipo de pensamento são óbvias nosso
próprio corpo indica isto, então fico me perguntando: Quando decidimos sobre
nossas vidas? Talvez a reposta seja: O tempo todo só pensamos que decidimos.
Não tomando como patamar, mas para
indicar que não estou sozinho nisto, Einstein pensava desta forma (coitado do
Einstein, virou desculpa para tudo) e também Schopenhauer, e pode ser que você
também que está lendo. Somos robôs de um destino programado do qual não temos
culpas pelos instintos, nem pela genética, nem pelos fatos que nos levam a agir.
Neste momento não estou preocupado
com nada relativo a qualquer sentido para vida, eu nem sinto que para o
universo isto seja importante, aliás, para o Cosmos nada é importante, pois a
indiferença é visível, eu estou tentando só entender este mecanismo em que o
passado é tão imutável quanto o presente e o futuro.
Divagando um pouco penso que se o
passado não pode ser mudado, isto significa que o futuro no passado também não
poderia ser alterado; maluquice isto não acha? Uma conclusão que pode ser tirada
é que passamos a vida achando que tomamos todas as nossas decisões, e sem
entrar em estudos que dizem que o consciente não decide nada, o inconsciente
decide e informa ao consciente, um monte de perguntas me vem à cabeça, mas não são
daquelas tipo: “O que estou fazendo aqui neste mundo?”, ou: “Qual o sentido
disto tudo?”. Neste caso simplesmente me limito a achar confuso.
Aquele fora que você tomou daquela
pessoa que você amava platonicamente, aquela sua prova decisiva em que falhou,
aquele beijo que você nunca teve, aquele sonho que nunca realizou já estavam
programados e não haveria como mudar, pois as leis naturais levaram as coisas a
acontecerem da forma com que deveriam acontecer, nada é culpa sua da mesma
forma que tudo é culpa sua.
Será que não era destino, passar por
vários anos de vida, ter escrito um texto e você que eu nunca tive oportunidade
de conhecer pessoalmente esteja lendo o que eu escrevi?
Seja destino ou coincidência,
estamos aqui unidos no tempo-espaço, nós dois ligados por um fino laço que se
resume em que eu ter escrito o que você está lendo. Laço reforçado por estarmos
dividindo experiências em uma coincidência absurdamente incrível, ou por um
destino completamente desconhecido.
Este é um dos temas que já fez os meus miolos ferverem. rsrs
ResponderExcluirDepois de tudo que já estudei, cheguei à conclusão de que não existe destino preestabelecido, mas também não existe livre arbítrio, já que a maior parte da nossa vida é comandada pelo inconsciente.
Não existe destino porque o futuro é composto de "n" possibilidades, depende sempre do que decidimos a cada momento.
Sei que não ajudei em nada na sua inquietação, mas este tema é isso mesmo, pura piração. rsrs
Valeu suas considerações.
Concordo com você em parte, mas na minha opinião, o fato de desconhecermos as variáveis não afeta no fato de que elas se manifestem, pois uma vespa nasce, se desenvolve e um dia você passando pela praça, abre a boca e ela entra (não estou desejando isto para você), o intrigante é de onde começou a sequência de eventos que levou você a estar naquele instante e naquele momento, sendo isto dentro de uma determinação de causa e efeito estipularia um destino já no nascimento da vespa, pois se ela não tivesse existido não entraria na sua boca, então no meu entender se as leis de causa e efeito são sempre seguidas então temos destino, mas será impossível determiná-lo porque não temos acesso a todas as variáveis. Muito obrigado por comentar, considerei seu comentário produtivo. Um abraço!
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