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sábado, 23 de março de 2013

O inconsciente somos nós



            
J
á parou para pensar que a maioria as coisas que nos ocorrem não dependem do uso do que chamamos de consciência e de que o arsenal das reações instintivas todo dia é demonstrado e usado? Já pensou como o controle que temos sobre nós mesmo é limitado? Você consegue suprimir seus instintos, ou as funções de corpo? O que somos mais, inconsequência ou razão?

            Sabemos que não temos controle sobre as funções do próprio corpo, se tivéssemos, por exemplo, que memorizar todas as etapas da digestão desde mastigação, os movimentos peristálticos, a síntese de proteínas, sequência  metabólica de reações enzimáticas, enfim, se tivéssemos que saber tudo o que ocorre com o corpo simplesmente para que uma refeição seja aproveitada pelo organismo, simplesmente morreríamos de fome. Comer uma maçã seria tão complicado que se tivéssemos que controlar isto, não existiria a possibilidade de existência; mas um conjunto de leis físicas, químicas e biológicas age independentemente do que chamamos de vontade.

            Já tentou controlar uma simples diarreia? Você pode até tentar evitá-la, mas não pode controlá-la. Nosso conjunto de práticas do inconsciente também age em nossas sensações e controlam nossas percepções da vida; já pensou que muitas vezes não é possível controlar aquele choro, aquela raiva, aquela alegria? Já tentou não disparar o coração de emoção, nem tente, pois é inútil, isto é só truque de guru fajuto ou mágico, pois não é possível.

            Alguns se manifestam estando inconscientes, você sabe que existem pessoas que falam dormindo, ou que se movimentam acompanhando um sonho, mas que depois não conseguem se lembrar de nada do que fizeram, isto pode acontecer com quem extrapola no uso do álcool, alguns literalmente não se lembram do que aconteceu e muitas vezes estão falando a mais pura verdade.

            Muitas de nossas funções de proteção são associações instintivas, e você pode estar passando por um local e não se sentir bem mesmo não sabendo o porquê, mas aquilo já foi implantado no seu cérebro, ou consciência se preferir, de uma forma que você não soube.

            Medos que temos são criados pelo ambiente, sabemos que uma criança não nasce com medo de nada, pode-se colocá-las no meio de cobras, ou andar com elas na parte superior de um arranha-céu, ou deixá-las em uma jaula com leões, ou com um monte de cachorros bravos que elas não vão esboçar nenhum medo, o que acontece é que bebês aprendem o medo, pois o mecanismo está ali, estando ou não ativo, mas já pensou se todo mundo nascesse com medos, ou que não aprendesse instintivamente nenhum?

            Nós somos o que não conseguimos perceber, e o que se sabe hoje é que nossas funções cognitivas no que diz respeito a sermos conscientes, são menos poderosas e menos presentes do que as funções em que não temos controle, não podemos controlar a dor, muitas vezes nem os impulsos agressivos momentâneos, vamos aprendendo nosso próprio comportamento durante a vida, desde como se portar à mesa, a andar de bicicleta, as coisas são incorporadas. Aprenda a tocar uma música no violão que não vai ter que aprender os movimentos de novo, passe 10 anos sem tocar um piano que não vai voltar ao zero absoluto, sendo assim somos um conjunto de coisas que não controlamos, já pensou nisto?

            Somos o inconsciente e também o consciente, muito embora eu não possa mensurar a importância de cada um, posso dizer tranquilamente que não poderíamos estar vivos se nosso organismo não tivesse a inteligência de agir por si próprio, tanto nos aspectos orgânicos quanto nos cognitivos, também penso que a complexidade do inconsciente é muito maior do que chamamos de raciocínio, pois não teríamos a capacidade de controle racional, isto sem levarmos em conta o conceito de intuição que é aquela coisa que você acha que pode acontecer que você não sabe nem por que pensa assim, mas que existe uma razão interna, eu pessoalmente acho que intuir é a pior forma de julgamento quando se trata de cognição, mas está ali esperando para ser consultada.

Eu teria mais coisas para falar sobre o tema, mas minha bexiga está cheia, preciso ir ali ao banheiro, já tentei instruir meu corpo a não me incomodar agora com esta vontade, mas parece que não está adiantando nada.

Um abraço, mas me desculpe!  Estou correndo para o banheiro.

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