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cada momento vivido, caminhamos pela penumbra
de nossos ideais, de nossos desejos, de nossos sonhos, nossas emoções, nossos
desesperos. Certas coisas nos levam a refletir
se somos passageiros ou condutores de nossos destinos, mas uma certeza
que fica, de qualquer forma, nunca sabemos para onde estamos indo, o que
queremos é vago e obscuro.
A cada lágrima derramada, a cada sorriso, a
cada suspiro, a cada lembrança, a cada esquecimento, marcamos um caminho que
não sabemos se muda a cada passo. Afinal o que vemos adiante de nossos
destinos? Será que esta dúvida é que nos faz caminhar, ou que faz querer parar?
Na verdade certas coisas nos fazem ter saudade do presente, isto mesmo, saudade
do presente das coisas que nos cercam, mas que um dia vão sumir pela
efemeridade de cada instante.
Nas nossas andanças durante a vida, que
música será o nosso tema? Qual o enredo de nosso filme? Aonde nossas paixões
vão se apresentar? Onde teremos que
enfrentar nossos medos? Onde estarão nossas frustrações? Para onde estamos
indo?
Quantas pessoas vamos magoar? Quantas
pessoas vão nos magoar? Como vamos aprender sobre a vida? O que vamos aprender
sobre a vida? Do que servirá esta aprendizagem?
Vivemos no escuro, mesmo que estejamos em um
campo aberto na metade de um dia ensolarado, e não sabemos onde fica o
interruptor que acende nossas percepções do que realmente somos, do que
realmente queremos, sem pista do que é aquele tal de sentido para as coisas.
A cada batida do coração, a cada respiração
sentir o pulso da vida, para que serve? Quantos vão desaparecer antes de nós?
Por quantos vamos nos desesperar? Quantos vão se desesperar por nós?
Será que seguir um caminho tão incerto nos
leva a querer viver os momentos, ou nos leva a ter medo de cada centímetro da
caminhada?
Quantos amores platônicos vamos ter? Quantas
decepções? Quantas vitórias? O que será considerado vitória? Talvez vitórias
sejam fruto somente de nossas expectativas, pois se você só quer dar um pulo,
talvez voar seja um sonho, mas se quer voar, talvez pular seja o desespero. O
quanto esperamos de nós importa realmente?
Nesta caminhada algumas coisas sequer podem
fazer sentido, pois se você tem saúde e se desespera com a vida, pode ter
alguém a cada minuto sofrendo dores e mesmo assim sorrindo somente pela
oportunidade de ainda estar vivo.
Será que nesta caminhada, o prazer de
caminhar depende mais de como encaramos a vida do que das flores no caminho.
Será que perceber a perfeição dos espinhos não aumentaria a beleza das flores?
Não sabemos para onde vamos, nem se vamos
para algum lugar, o que temos certeza é da necessidade de caminhar, também
precisamos das ilusões de como será o futuro, e de vez em quando teremos que
tentar apagar os rastros do caminho pelos quais já passamos, pois pedras talvez
tenham nos desviado do caminho do qual sequer saibamos o destino.
Para onde vamos? Qual o significado das
nossas experiências? Será que estas respostas existem?
O fato é que estamos perdidos diante das
possibilidades, diante da beleza e do horror, diante de amizades sinceras e das
traições, mas talvez estar iludido ou desorientado nesta estrada seja um
beneficio para esperar uma coisa nova e boa a cada esquina, mesmo que esta
perspectiva seja vaga, mas algo que deve
ser percebido nesta caminhada é que não é o fim que interessa, provavelmente
para onde realmente vamos, seja irrelevante, pois o que importa é o caminho
percorrido, e talvez o mais sensacional de tudo seja realmente nunca saber para
onde estamos indo.
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