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em Brasília, eu não conheço casa que tenha laje, mas quando eu era pequeno, lá
pelos seis e sete anos eu morava no Rio de Janeiro e lá na casa dos meus tios
existia uma laje e eles tinham uma criação de pombos, o pombal era bem grande,
foi lá que eu aprendi com os meus primos, por exemplo, que os pombos são fieis,
e a morte de uma companheira ou companheiro significa a solidão até o final da
vida para o que ficou.
Acabei fascinado pelos pombos, e na
época eu morava em um apartamento, mas de tanto insistir, me arrumaram uma
gaiola e me deram um. Na verdade fizeram a vontade de uma criança, mas eu
passei a gostar do pombo, mas ele só ficava ali fazendo sujeira e comendo milho
nada mais que isto, então meus pais me pediram para dar para outra pessoa que
cuidaria dele, eu mesmo com aquela pouca idade acabei concordando, então um
garoto que chamavam de Mané um dia apareceu lá em casa e lhe ofereceram o
pombo, o normal seria que voltasse para casa de meus tios, mas não se devolve
presente dado com boa vontade, e então este Mané levou o pombo.
O moleque levou o meu pombo dizendo
que iria cuidar, sabe o que ele fez? Comeu o pombo, só me contaram isto muito
depois, meus pais não gostaram, mas o garoto achou que eles tinham dado para
ele fazer isto. Que retardado acha que uma pessoa dá um pombo de presente com
gaiola e tudo para a outra pessoa comer? Na época eu nem sabia que se comia
pombos.
A experiência com os pombos não foi
a única traumática, pois meus pais me levaram a um comércio se não me engano o
nome do local era Madureira e me deram dois pintinhos que eu também insisti que
comprassem, só que meus pais os colocaram aos meus cuidados, então na época eu
achava que pinto comia milho, porque galinha come milho, então dei milho para
eles, ambos morreram porque comeram milho em grãos inteiros.
Meu primeiro animal de estimação que
vingou também foi um pinto que virou galinha e pelo que me lembro morreu de
velhice, depois eu tive um poodle tipo médio, mas que sempre achei bem grande
em relação aos outros, ele não era mestiço, era puro, mas nunca foi tosado
daquele jeito característico. Ganhei por
acaso de uma senhora em Brasília que deu para minha mãe, pois estava ainda com
três filhotes dois já tinham nome uma se chamava Kely, a outra se chamava Kety,
e o macho que sobrou demos o nome de Happy, o bicho era extremamente
inteligente não sei quantas vezes fui mordido por ele, mas este meu amigo fiel
viveu 14 anos.
Eu ainda não sei qual o parâmetro
para se estimar ou transformar em alimento. Na china as pessoas ainda comem
cães, e eu não me vejo comendo um cão e eu acredito que a maioria das pessoas
das quais eu conheço não comeria, mas já vi gente criando porco como bicho de
estimação, e a maioria das pessoas que conheço comeria um porco, que por sinal
é muito mais inteligente que um cachorro.
Já ouviu falar em churrasquinho de
gato? Aqui em Brasília nunca vi, mas soube que no Rio de Janeiro as pessoas
fazem isto mesmo, pegam o gato de rua traçam e depois ainda usam o couro para
fazer tamborim, nos outros locais no Brasil não sei se isto acontece.
O fato é que a natureza humana é
cruel, ou será que é questão de sobrevivência? Fico imaginando uma loja de
animais de estimação como açougues: “Quantos quilos de porquinho da índia vai
aí senhora? Vai um gato siamês? A carne está macia. Leva aí este Dog Alemão
abatemos na hora. Estes peixinhos aqui que estão no aquário servem para fazer uma
sopa daquelas! Vai aí freguesa escolhe, esta píton dá um assado de primeira!”.
Eu realmente não sei como funcionam
os laços afetivos entre o ser humano e
os outros animais, sei que são amados, seja como companhia ou na churrasqueira.
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