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inguém nasce
acreditando em Deus, aprendemos isto com as pessoas que convivemos
principalmente durante a infância, sendo que isto é uma ideia implantada que
não recebe qualquer tipo de avaliação e também nenhum tipo de crítica, pois é
proibido duvidar, é necessário acreditar além de qualquer sombra de dúvida.
Será
então que existem reais razões para crer? Faço esta pergunta, pois se não se
usa o raciocínio quando Deus nos é apresentado, fica a dúvida se Deus é
realmente uma ideia válida, ou se é somente uma imposição absurda que nos é
definida simplesmente por tradição.
A
maioria das pessoas que alega sobre a existência de um Deus, nunca se questionou
de fato, sendo assim, a ideia se propaga de forma incólume sem qualquer
questionamento, e isto pode levar a pensar que qualquer pensamento que se
espalhe sem avaliação, pode ser falso desde a origem.
Com
tantos deuses existentes, com formas diferentes, moral diversa, histórias e
estórias singulares, com contradições visíveis entre eles, o que pode se
determinar com certeza é que é impossível que todos os deuses sejam
verdadeiros, e isto nos leva a poucas possibilidades que se resumem em: Alguns
deuses são verdadeiros, ou todos os deuses são falsos, já que por exclusão é
impossível determinar que todos sejam verdadeiros.
O
que pode ser intrigante é que estes deuses são em sua grande maioria
imperceptíveis por qualquer um dos sentidos humanos ou aparatos científicos,
não se manifestam apesar de representarem leis rígidas que devem
obrigatoriamente serem seguidas, e também o fato de que qualquer Deus,
independente do que seja, move a humanidade por uma lógica um tanto paradoxal
que muitas vezes contrasta com a moral humana e chega a se tornar imoral e sem
qualquer sentido, às vezes mesmo para os
fiéis.
Pode parecer piegas, mas como um ser bondoso
admite a seca na Etiópia, ou provoca tsunamis no Japão, terremotos na China,
furacões nos Estados Unidos, enchentes no Brasil, vitimando inclusive pessoas
que frequentam templos e louvam estes seres invisíveis?
É
comum se ouvir que quando uma pessoa é salva de algum acidente, mesmo que
muitas outras morram pelo mesmo fato, que este indivíduo tenha sido salvo pela
providência divina, e isto chega a ser confuso, pois se continuar vivo é uma
dádiva de Deus, então como ele escolhe quem morre se os acidentes que ele
supostamente criaria não fazem este tipo escolha, e também por que ele criaria
os acidentes, ou por que levaria à morte inocentes como crianças que sequer
tiveram oportunidade de conhecer a vida em sua plenitude?
Quando se separa estes Deuses de todo o
cenário, as coisas parecem começar a fazer sentido: Somente leis naturais
indiferentes provocariam os acidentes, somente a indiferença humana permitiria
a fome na Somália, e a imprudência seria o maior fator responsável pelos
acidentes de trânsito. Pode passar pela cabeça então que a impossibilidade da
existência de qualquer Deus aumenta nossa responsabilidade com nossos
semelhantes, iguala as expectativas, aumenta o respeito à própria vida e à do próximo,
então por que acreditar em um
Deus ?
Talvez
Deus seja uma espécie de vacina anti- sofrimento, quem sabe? Algo que faz com
que tudo que não sabemos tenha uma desculpa, ou uma solução, só que esta vacina
não funciona, parece ser somente placebo, mas um placebo que deixa um monte de
viciados dependentes de supostos lideres espirituais, viciados que não
conseguem nem mais usar o cérebro para raciocinar o quanto são contraditórios e
cruéis estes deuses.
A
vida é um presente do destino, ou do acaso se preferir, mas alguns perdem muito
tempo esquecendo-se de viver esta vida, com a esperança de serem felizes em
outra que só tem por base a promessa de gente que nunca morreu para saber como
é morrer, gente que sabe o mesmo, ou às vezes menos que os cordeiros que os
seguem e que leem seus livros sagrados como se fossem robôs alienados da razão,
sem se preocupar sequer em entender, tendo o propósito somente de seguir.
Como
um ser inteligente que supostamente criou tudo, daria razão à gente burra que
despreza a importância do estudo baseado na realidade, dando preferência à
literatura imbecil de deuses do trovão, de homens que supostamente andam sobre
as águas e ressuscitam outros homens só para que depois eles morram de novo, de
virgens que são prêmio em outro mundo, de mulheres fecundadas por um ser
invisível?
O fato é que se este Deus
confuso e incompetente realmente existisse, talvez sua melhor decisão fosse
cometer suicídio, já que a natureza hoje não precisa de nenhum diretor, mas
como este Deus antropomórfico nunca deve realmente ter existido e só faz parte
das mentes pouco esclarecidas e que não se deram ou não tiveram a oportunidade
de duvidar, então o responsável pela
morte de quem nunca viveu, é cada um dos seres humanos,
mas parece que muitos não querem assassinar a fantasia para salvar a realidade,
talvez porque seja mais confortável se enganar
do que enfrentar a vida tal qual se apresenta.
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