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sexta-feira, 22 de março de 2013

A coisificação do próximo


            
  T
enho visto por aí muitas coisas que me deixam contrariado, tenho a impressão que não estou sozinho nisto, alguns dizem que as coisas estão piorando com relação ao ser humano, mas eu me faço sempre uma pergunta básica que é a de se nós algum dia já fomos melhores do que hoje, e a resposta que eu encontro é de que nunca existiu na história um período melhor do que o atual no que se diz respeito à violência e mesmo assim vivemos em uma situação quase limite; isto me faz realmente por um momento perder algum tipo de esperança com relação ao grupo ao qual pertencemos, mas depois eu me contento com o fato de que tudo possa ser somente um processo no qual ainda não chegamos ao final, mas isto não afasta aquele temor de que estejamos indo pelo caminho errado.

            Quando eu vejo uma mulher tomando um tiro porque segurou a bolsa quando estava sendo assaltada, ou quando invadem um mercado e do nada voltam para matar  alguém desarmado e submisso, isto me deixa intrigado de onde estes exemplos são encontrados na natureza, e devido à questão do egoísmo intrínseco com o qual nascemos, fica claro que muitos veem o outro como uma simples coisa, como se não pertencesse à mesma espécie, e não tivessem os mesmos direitos, sentimentos e vontades, fico na dúvida em saber se realmente existe este sentido de união de espécie entre nós.
            Em alguns locais vira algum tipo de moda matar pedintes, pessoas que precisam de ajuda e por isto passam a serem odiadas; para alguns é normal também defender o aborto esquecendo completamente que se trata de outra vida em formação, tudo isto em nome da carreira ou da suposta impossibilidade de sustentar outra vida, então se esquece o foco principal que é para onde estamos jogando o senso de humanidade e trocando por uma suposta liberdade ilusória?

            Será que a utopia do correto um dia vai ser atingida? Será que estamos destinados ao desaparecimento por conta do ódio que nos é gerado mutuamente?  Neste diapasão de coisificação seguimos todos, independentemente de crença ou atitude política, o que noto é que sempre existe a coisa suja em qualquer segmento, mesmo que seja até dentro da própria família, mas então como se livrar disto? Será que ser puro em pensamentos não é se tornar fraco demais e começar a ser vítima involuntariamente?

            Talvez o fato de se incomodar com as coisas erradas já seja um diferencial, talvez tomar posturas sólidas com base no bom senso e no humanismo já seja um exemplo, mas será que conseguimos viver só do exemplo sem corromper nossas bases idealistas? Sinceramente às vezes me sinto sozinho pelo senso de respeito ao próximo, mesmo por que é necessário desrespeitar quem não respeita meus ideais que podem ser considerados talvez nobres demais.
            Sempre há quem queira colocar alguém no poço profundo, seja pela crença, seja pela cor da pele, pelo sexo, por determinações políticas, por sede de poder; o grande e difícil truque é se manter isento e separado desta teia, principalmente quando se está perdido nos conceitos, ou quando se está contra todos, mesmo na certeza da retidão de ação.

            O que deve ser considerado em tudo isto segundo a minha visão hoje, é de que as pessoas não são coisa, não são objetos descartáveis, não são produtos elimináveis. Mas e quando se lida com alguns que são contrários a isto? Devemos os considerar como inimigos, ou personas non gratas, ou dar a outra face? Para ser realista eu ainda não encontrei na vida pessoalmente qualquer um que oferecesse a outra face, mesmo sabendo que nossos maiores exemplos de humanidade em todos os tempos, simplesmente descartaram a violência e foram felizes por conta disto, mas também não deixaram de pagar um preço alto por serem honestos em seus princípios ou por entender as pessoas como iguais.

            O que hoje serve para mim é que por questões humanitárias, não trato um pedinte como coisa por que poderia ser eu, não trato um feto como coisa, pois um dia já fui um, não trato uma mulher como coisa, pois dentro da escala humana elas são o princípio e as maiores responsáveis pela preservação da vida, não me trato como coisa, pois tenho que respeitar o meu corpo assim como devo respeitar o dos outros, não trato animais como coisa, pois podem ser companhia fiel e com tudo isto não consegui ainda aprender qual a lógica, a visão ou a justificativa para alguém que trata seu semelhante como um alienígena, e pior ainda como inimigo sem razão para ser.

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