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quinta-feira, 7 de março de 2013

E aí gente, quando chega este tal de fim de mundo?




           

D
esde pequeno eu ouvia que no ano 2000 o mundo iria acabar, me lembro que na época pessoas estavam construindo abrigos que eram fortalezas para não serem atingidos pelas catástrofes “A 2000 chegará, de 2000 não passará!”, o complicado é entender de que 2000 eles estariam falando, pois o calendário é uma criação humana e não tem padrão universal.

            Segundo a ciência o planeta um dia realmente vai acabar quando o Sol se tornar uma gigante vermelha, e poderá engolfar a Terra, mas isto é um processo de bilhões de anos, estimados em cerca de 4.5, só que a nossa espécie é relativamente nova, desde o início da aventura humana do Australopitecos, até o Homo Sapiens atual, só se passaram menos de dois milhões de anos, então a passagem humana aqui ainda é muito curta em relação à idade da Terra e à previsão do fim dos tempos. O ser humano pode ter ainda um longo período, ou curto, isto depende do sucesso de adaptação. Uma digressão a ser feita é que se há apenas dois milhões de anos estávamos no nível de adaptação biológica e tecnológica dos Australopitecos, como estaremos daqui há dois milhões de anos se a espécie continuar existindo?

            Vamos aumentar a especulação? Se for comparada a tecnologia de hoje com a de apenas 2000 anos atrás, vamos verificar que houve um avanço significativo, hoje temos carros, televisão, computador; vivemos mais, já visitamos a Lua, robôs estão em Marte, e tudo isto em um pequeníssimo espaço de tempo, imagine se a espécie humana persistir, como estaremos daqui há um milhão de anos! Será que se for necessário a órbita da Terra não poderia ser corrigida para não ser atingida por uma gigante vermelha em sua expansão?  Se isto acontecer o que se terá é uma sobrevida de mais 200 bilhões de anos, faz ideia de quanto tempo é isto? Para os padrões humanos é a verdadeira eternidade.
           
            É claro que a espécie humana pode não durar tanto, pois vivemos em conflito constante, nos deparamos com guerras, com doenças e outros fatores, e com isto a própria espécie pode desaparecer do planeta como é normal acontecer, mas se sobrar algum ser vivo que vá se adaptando, a vida na Terra ainda terá muito tempo para persistir e quem disse que somos os seres mais importantes do Cosmos? Os estudos científicos dizem que não somos imbatíveis e que somos frutos de uma natureza que se renova, que se altera,  que se adapta. O importante nisto tudo é que nenhuma previsão de fim do mundo relativa ao nosso planeta tem qualquer chance de acontecer enquanto nós estamos vivos. Cada uma das pessoas que estão aqui neste momento só vai estar presente no seu próprio fim de mundo.

            Todos os profetas de final dos tempos erraram até hoje, e continuarão errando, e o que dá para perceber é uma profunda necessidade que o homem apresenta de que tudo acabe já que cada um vai sozinho para cova, então por que não inventar algo espetacular que vá acabar com todos ao mesmo tempo?

            No dia em que nos colocarmos em nosso lugar de insignificância no Cosmos, passaremos a dar mais importância ao que consideramos coisas menores e vamos perceber que melhor do que ficar inventando estórias de fim do mundo e interpretando textos novos e antigos como prenúncio do fim dos tempos, é aproveitar nosso estalo de existência neste planeta que para nós pode ser eterno se comparado ao que representamos realmente em termos de sobrevivência, talvez seja bom parar de estragar nossa preciosa estadia aqui com previsões de fim de mundo que nunca se concretizam.      

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