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objetivo desta crônica não é falar sobre
ciências, mas a célebre frase atribuída a Albert Einstein; “Deus não joga
dados”, se refere a uma resposta que ele deu a Werner Heisenberg com relação ao
Princípio da Incerteza que se tornou uma das bases da Física Quântica, mas não
é sobre isto que eu quero falar, a reflexão é outra.
Nas religiões cristãs existe a
figura de um Deus que é onipotente onisciente
e onipresente, um Deus que pode fazer tudo, que sabe de tudo e está em
todos os lugares, este Deus segundo os escritos além de todas as coisas, criou
o próprio homem e estabeleceu por regra própria as punições para os pecados e a
recompensa de uma vida em um paraíso se suas instruções forem cumpridas, este
Deus é a maravilha da inteligência e das possibilidades, portanto todas as
criaturas o devem louvar porque Deus é o senhor de tudo, o personagem máximo de
todo o Cosmos.
Lembremos que Deus sabe tudo, sendo
assim acho que posso tirar algumas dúvidas como relação a este ser supremo, mas
vou me ater a poucas perguntas neste momento que eu gostaria que quem soubesse
me respondesse, principalmente se for um representante nomeado deste ser aqui
na Terra, como um pastor ou um padre.
Em sua sabedoria nossa divindade
suprema dentre outras maravilhas, também criou o livre arbítrio, então cada
homem pode agir da forma que quiser para atingir seus objetivos e obedecer às
determinações supremas, mas cá para nós, este personagem não é meio sádico?
Há uma oferta de fogo eterno para
quem não cumprir o que é determinado, então vejamos, a pessoa vai arder em um
inferno por toda a eternidade, sem a possibilidade de se redimir, pois o figura
troca poucos anos de vida que não representam um flash de existência dentro de um tempo infinito, não
seria esquisito alguém condenar uma pessoa a uma pena de uns quinhentos anos de
cadeia por ter roubado uma maçã e não ter se arrependido? Pois isto é o suficiente: “Não roubarás”,
lembra? Não dá para dar uma olhada na mulher do vizinho e fazer um elogio: “Não
cobiçarás a mulher do próximo”,
Já pensou na gula, por exemplo? Uma pessoa
pode ir queimar para todo o sempre por não se arrepender de comer duas
melancias por conta da gula, o pior é que se Deus criou tudo, também criou as
doenças, então por que cargas d’água ele fez a síndrome
de Prader-Willi? Para título de informação, está anomalia cria uma vontade de
comer insaciável, a pessoa não pode se controlar porque sente fome e tem um
apetite incontrolável, então sadicamente nosso todo poderoso inventa o pecado e
coloca no inferno alguém que ele mesmo determinou que involuntariamente
cometerá o delito e vai passar todos os tempos ardendo e sofrendo em labaredas
de fogo, aliás, parece que Deus gosta de um churrasquinho e tanto faz se for de
gente.
Acho que não é difícil entender onde eu quero
chegar, pois, a falta de lógica é fácil de compreender: Um Deus que sabe tudo
não pode ser enganado certo? Sendo assim, como o ser supremo sabe o passado o
futuro e o presente de cada um, mesmo que cada indivíduo tenha o livre arbítrio,
nossa divindade suprema vai saber todos os passos de cada pessoa durante a
vida, antes mesmo de cada um pensar em dar estes passos, correto? Então me diga se não é sadismo, um psicopata,
criar pessoas sabendo que vão ser pecadoras e colocá-las no inferno? Imagino um
Deus dizendo: ”Rá, rá, rá, rá, rá, este aqui vai queimar”.
Se Deus não joga dados e tem conhecimento de
tudo de todos os tempos, então qual o sentido de inventar e exigir regras se
antes de qualquer um nascer ele já sabe o resultado do julgamento? E o pior, se
ele cria tudo e todos e sabe o que vai acontecer, então não seria ele mesmo o
culpado por todas as mazelas humanas? E
não pára por aí, ele também criaria a personalidade de cada um, portanto o mais
sanguinário dos ditadores seria obra do todo poderoso naquele esquema: “Vou
criar esta besta, sei tudo o que ele vai fazer e depois coloco no inferno, e
está resolvido o caso! Toco o terror e depois vão me louvar quando tudo
terminar, e não vão nem desconfiar que eu sou o culpado de tudo”.
Não existe sentido em um pintor colocar a
culpa na sua pintura se ela for mal feita, pois o culpado sempre será quem fez
a obra incorretamente, então não consigo
entender por mais que tente; como poderia existir um conceito em que a obra do
todo poderoso tivesse culpa de alguma coisa, neste caso nós humanos, se foi ele
mesmo quem fez. Se eximir da responsabilidade por opção seria somente uma
covardia que não muda o fato de que o culpado por tudo é quem fez tudo, sabe de
tudo e estava presente, mesmo quando a casa caiu, aliás, a escolha da queda teria
sido dele mesmo.
Também não fica claro para mim o porquê Deus
teria dado cérebro para algumas pessoas para entenderem que este ser supremo é
em si mesmo contraditório, e que nada faria sentido a não ser que a verdade
fosse de que Deus não criou nada e foi o homem quem inventou nosso supremo
salvador que adora enchentes, incêndios, tsunamis, tormentas, furacões. Vá ser
sádico assim no céu!
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